Como criar um comitê de diversidade eficiente e estratégico dentro da empresa
Veja aqui o que é um comitê de diversidade e dicas práticas para o RH estruturar e implementar um programa estratégico e alinhado às metas organizacionais.
O comitê de diversidade e inclusão é um espaço dedicado a desenvolver estratégias de promoção da igualdade e inclusão no ambiente corporativo.
Por meio deste coletivo, a empresa irá conscientizar as pessoas e implementar práticas inclusivas, alinhadas aos objetivos da organização. A meta é superar preconceitos e estabelecer um espaço mais seguro e representativo.
Neste texto, vamos apresentar dicas práticas para o RH estruturar e implementar um comitê de diversidade eficiente e estratégico, alinhado às metas organizacionais.
Vamos lá?
O que é um comitê de diversidade?
Um comitê de diversidade é um coletivo formado pelos próprios funcionários para promover a inclusão e a diversidade corporativa. Eles são compostos por afinidades temáticas e atuam como um grupo consultivo e operacional, debatendo ações práticas que tragam igualdade de oportunidades e reduzam desigualdades estruturais.
Esses comitês são constituídos por colaboradores de diferentes áreas, níveis hierárquicos e grupos minorizados socialmente, como:
- Mulheres;
- Pessoas negras;
- Pessoas com deficiência (PCDs);
- Pessoas LGBTQIA+.
No Sicredi, por exemplo, guiados pelos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), o comitê direciona a pauta de inclusão, diversidade e equidade no sistema. A adesão dos associados ao grupo é espontânea e voluntária.
Além disso, colabora para o desenvolvimento de políticas e práticas voltadas para as relações de trabalho, respeito aos direitos humanos e inserção do tema em todos os níveis, áreas e esferas decisórias da organização.
Já, na FGV, o comitê de diversidade é uma instância consultiva da direção da FGV Direito SP, que visa promover diversidade, pluralismo e tolerância na comunidade acadêmica.
Os membros são escolhidos pela direção, com mandato de um ano, podendo ser renovado por até duas vezes. Toda a comunidade acadêmica pode acionar o comitê, ou seja, professores, alunos, funcionários, prestadores de serviços, estagiários e pesquisadores.
Qual o objetivo do comitê de diversidade?
O comitê de diversidade e inclusão tem como objetivo estabelecer práticas que fomentem um ambiente corporativo igualitário e promovam uma cultura organizacional inclusiva.
Entre os principais objetivos estão:
- Reduzir desigualdades no ambiente de trabalho;
- Promover uma cultura inclusiva;
- Conectar iniciativas de diversidade às metas de negócio;
- Aumentar a representatividade nos cargos de liderança;
Segundo dados da McKinsey, em todos os setores pesquisados, a diversidade em conselhos e equipes executivas está relacionada a maiores resultados de impacto social e ambiental.
Isso porque, lideranças diversificadas reforçam o envolvimento da comunidade, logo, impactam positivamente a imagem geral da empresa.
O que faz um comitê de diversidade?
Na prática, existem diversas funções atreladas ao comitê de diversidade, como diagnóstico da diversidade da empresa, implementação de políticas inclusivas e monitoramento de resultados. Confira mais informações abaixo.
Diagnóstico do cenário atual de diversidade na empresa
Para identificar lacunas e oportunidades de inclusão, será preciso identificar o cenário atual de diversidade na empresa.
Para isso, estudam dados demográficos, realizam pesquisas de clima organizacional e entrevistam colaboradores a fim de mapear a representatividade de grupos minorizados e seus desafios no ambiente de trabalho.
Essa etapa ajuda a compreender o perfil da empresa e também as percepções de inclusão e equidade.
Implementação de políticas inclusivas
Muitas vezes, para implementar políticas inclusivas, é preciso remover barreiras, ou seja, criar ações coordenadas que promovam mudanças estruturais e culturais dentro da empresa.
Isso inclui a revisão dos processos de recrutamento e seleção, ajustes na prática de promoção para garantir igualdade de oportunidades, além de oferecer treinamentos sobre diversidade para todas as equipes.
Além disso, o comitê também se preocupa com a acessibilidade na empresa, por isso, elabora proposta para melhorar os espaços comuns e ações que incluam PCDs de forma equitativa.
Monitoramento e medição de resultados
A promoção da diversidade é um processo contínuo. Por isso, o monitoramento e a medição de resultados fazem parte da rotina deste comitê, pois avaliam o impacto das iniciativas.
Através de avaliações e pesquisas, canais de denúncia e coleta de feedbacks, o grupo acompanha indicadores que apontam o sucesso ou necessidade de melhorias no programa.
O que é necessário para montar um comitê?
Para estruturar um comitê de diversidade nas empresas que realmente traga resultados, considere os seguintes passos:
- Identificação de stakeholders: crie um comitê evidentemente diverso. Para isso, inclua representantes de diferentes grupos sociais e níveis hierárquicos para refletir a pluralidade da empresa;
- Definição de objetivos: alinhe as metas do comitê com os objetivos estratégicos da organização;
- Estruturação de reuniões e processos: crie um planejamento com metas claras, um cronograma realista e processos bem definidos para executar as ações. Vale também criar subgrupos de afinidade para fortalecer a representatividade;
- Escolha de uma liderança: contar com um líder influente, amplia a visibilidade e capacidade de ação do comitê. Esse membro assumirá a responsabilidade de defender pautas relevantes e promover o trabalho do grupo junto a alta gestão;
- Criação de um plano de ação: defina metas, objetivos, ações e cronograma. Para envolver mudanças de valores, as etapas precisam evoluir e estabelecer uma nova cultura;
- Apresentação para a alta direção: envolva a alta gestão para garantir recursos e o alinhamento estratégico;
- Ampla divulgação interna: comunique ações, planejamentos e ações para que todos os colaboradores estejam engajados nas propostas de mudança.
Quais os impactos de um comitê de diversidade na organização?
Diversidade e inclusão são formas estratégicas para promover inovação nas organizações, melhorar a tomada de decisão e fortalecer as culturas de trabalho. O maior impacto dessas medidas é o impulso à sustentabilidade de longo prazo, além do compromisso com a responsabilidade social.
O Brasil é um país plural e multicultural, segundo o Censo do IBGE de 2022, 55,5% da população se autodeclara negra.
Além disso, as mulheres são maioria numérica no país, representando 51,5% da população. Mas ao olharmos para o cenário do mercado de trabalho, não vemos essa mesma proporcionalidade, principalmente quando falamos em liderança feminina.
Portanto, o comitê de diversidade pode promover justiça social dentro da organização. Os frutos dessas ações são:
- Inovação;
- Formas diferentes de repensar estratégias;
- Melhoria na tomada de decisões;
- Abordagem mais próximas ao seu público-alvo e clientes.
- Melhoria da imagem da empresa diante do mercado, fortalecendo o employer branding;
- Geração de maior identificação com o público em ações publicitárias, já que reflete o perfil da população brasileira.
Conclusão
Como vimos, o comitê de diversidade e inclusão é um componente estratégico para empresas que desejam construir um ambiente de trabalho pautado na responsabilidade social, mais justo e produtivo.
Para isso, é importante instalar um comitê bem estruturado, com planejamento e ações concretas, além de conquistar o apoio da liderança para viabilizar as ações.
O RH pode ser o setor a liderar essa iniciativa como uma estratégia de longo prazo para promover inclusão e inovação na empresa. Por isso, não deixe de aprender mais sobre o tema: baixe gratuitamente nosso e-book Etarismo no mercado de trabalho: 5 cases de RH para se inspirar.
Perguntas frequentes
Confira as respostas para as principais dúvidas sobre o tema.
Promove igualdade de oportunidades, fortalece a cultura organizacional e melhora a retenção de talentos.
Qualquer colaborador interessado, especialmente aqueles que representam grupos minorizados.
Indicadores de diversidade como representatividade em cargos de liderança, taxa de engajamento e resultados de pesquisas de clima organizacional.
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