Como criar programas de diversidade e inclusão que geram um impacto real na sociedade
Veja aqui o que são programas de diversidade e inclusão (D&I), quais os seus impactos e como o RH pode implementá-los nas empresas.
Os programas de diversidade e inclusão (D&I) são iniciativas voltadas para integração de práticas, políticas e valores que promovam igualdade e representatividade em empresas de todos os setores e tamanhos.
As instituições que investem em diversidade apresentam índices mais elevados de retenção de talentos, engajamento dos colaboradores e inovação no mercado.
Por isso, neste texto, explicaremos como o RH pode implementar programas de diversidade e inclusão (D&I) e o que considerar nesse processo.
Vamos lá?
O que são programas de diversidade e inclusão?
Os programas de diversidade e inclusão (D&I) são iniciativas planejadas para integrar grupos sub-representados, como mulheres, pessoas negras, LGBTQIA+, PCDs, nos diversos contextos organizacionais.
Essas ações buscam criar ambientes que valorizam a pluralidade de identidades e experiências.
Quais os impactos dos programas de diversidade e inclusão no ambiente corporativo?
Um dos benefícios da diversidade nas empresas é a capacidade de atrair e reter talentos. De acordo com uma pesquisa da Deloitte, 53% dos profissionais millennials consideram mudar de emprego se a organização atual não tiver práticas mais inclusivas.
Além disso, um estudo da McKinsey & Company mostrou que equipes diversificadas relataram 152% mais chances de propor novas ideias e tentar novas formas de fazer as atividades.
No entanto, os desafios da diversidade corporativa incluem a resistência de organizações que ainda não possuem uma cultura organizacional inclusiva consolidada.
Outro desafio é monitorar os resultados por meio de indicadores de inclusão claros para medir os impactos dessas iniciativas.
Como montar um programa de diversidade e inclusão?
Algumas etapas do planejamento estratégico devem ser seguidas. Uma metodologia amplamente utilizada é o framework 5W2H, que responde a sete perguntas:
- What: o que será feito?
- Why: por que fazer?
- Where: onde será implementado?
- When: quando ocorrerá?
- Who: quem será responsável?
- How: como será feito?
- How much: quanto custará?
Essa metodologia facilita a visualização de quadros, etapas e responsabilidades de cada setor e departamento, além de categorizar custos e financiamentos para o projeto.
Diagnóstico inicial: avaliar o cenário atual da empresa com dados e pesquisas internas
Antes de planejar ações, mapeie o contexto atual da empresa. Para isso, identifique a representatividade dos grupos sub-representados, analise a cultura organizacional e ouça os colaboradores por meio de pesquisas.
Uma metodologia aplicável nesta etapa é o uso de assessments. Sua finalidade é avaliar quais são as habilidades e aptidões de cada um de seus colaboradores e identificar, por exemplo, como usar características e conhecimentos para potencializar a performance.
Este diagnóstico ajudará a entender as principais lacunas e a estabelecer prioridades, como a baixa presença de mulheres em cargos de liderança ou a ausência de políticas inclusivas para pessoas com deficiência.
Definição de objetivos: criar metas mensuráveis e alinhadas à estratégia da empresa
Para definir os objetivos do programa, use os resultados do diagnóstico inicial para definir metas específicas e mensuráveis. Certifique-se de alinhar esses objetivos com os valores e a visão estratégica da empresa.
Portanto, defina os OKRs (Objectives and Key Results) para estabelecer resultados tangíveis, como por exemplo: “aumentar em 30% a contratação de pessoas com deficiência até o final do próximo ano”.
Lembre-se também de monitorar o progresso do programa. Nesse caso, indicadores chaves Key Performance Indicators(KPIs), como a taxa de retenção de talentos diversos, engajamento dos colaboradores e a percepção de inclusão no ambiente de trabalho, ajudam a avaliar o impacto das ações implementadas.
Engajamento da liderança: treinar gestores para serem agentes de inclusão
Capacite lideranças e colaboradores sobre a importância da diversidade. Workshops, palestras e materiais educativos ajudam a construir uma cultura organizacional inclusiva e a reduzir resistências internas.
Uma liderança inclusiva ajuda a criar um ambiente de trabalho no qual todos os colaboradores se sintam valorizados e tenham a oportunidade de crescer. Mas para isso acontecer, o engajamento da liderança será necessário, pois os gestores têm o poder de influenciar diretamente a cultura organizacional e a implementação de políticas inclusivas.
Implementação de ações
Para o sucesso de um programa de diversidade e inclusão será preciso mais do que ações isoladas. O objetivo é criar uma cultura organizacional que abrace a diversidade.
Para isso, veja alguns exemplos práticos de ações:
- Workshops e treinamentos: workshops sobre temas como viés inconsciente, lideranças inclusivas e capacitação para práticas de recrutamento e seleção inclusivas;
- Parcerias com ONGs e empresas especializadas: colaborar com organizações que possuem conhecimento em diversidade e inclusão para trazer novos aprendizados e recursos para o programa;
- Feedback contínuo: colete feedback dos colaboradores para avaliar os impactos das iniciativas e identificar pontos de melhoria;
- Continuidade das ações: integre o programa ao cotidiano da organização para que ele seja sustentável. Também o revise e amplie constantemente.
Além disso, nesta etapa, defina cronogramas, orçamentos e áreas envolvidas, como o RH.
Quais são os programas de inclusão?
A seguir, vamos apresentar alguns exemplos de programas de diversidade e inclusão.
Programas de trainee exclusivos para grupos sub-representados
A Nohs Somos é uma startup de impacto social dedicada a promover o bem-estar da comunidade LGBTQIA+ e a melhorar a gestão inclusiva nas empresas. A organização promove o debate entre empresas e seus colaboradores e fornece indicadores que ajudam a desenvolver uma gestão inclusiva.
O TRANSempregos é um portal dedicado a oferecer vagas de trabalho para pessoas transgêneras e a realizar palestras em escolas e universidades. A iniciativa também oferece capacitação online, com apoio do Google.org, para pessoas trans que buscam se qualificar para ingressar no mercado de trabalho.
A Empregue Afro é uma consultoria em recursos humanos e diversidade étnico-racial que trabalha com estratégias de sensibilização e conscientização, e foca na empregabilidade de talentos negros.
Redes de afinidade dentro da empresa (grupos para apoio mútuo)
A Mentoria de Talentos Negros da VLI é um grupo de apoio mútuo que promove ações práticas e compromissos para a equidade racial, através de discussões sobre racismo estrutural, preconceito e estereótipos.
Confira abaixo um exemplo de calendário de ações do programa no último trimestre do ano de 2024:
Adaptação de infraestrutura para pessoas com deficiência
A Lei Brasileira de Inclusão (Lei nº 13.146/2015) estabelece padrões para acessibilidade nos ambientes corporativos. Essa legislação traz normas a serem implementadas para que pessoas com deficiência possam transitar, trabalhar e interagir nos espaços da empresa com autonomia e dignidade.
A adaptação da infraestrutura, como a instalação de rampas, elevadores acessíveis e banheiros adaptados, não é apenas uma exigência legal, mas também uma demonstração de responsabilidade social.
O que considerar antes de criar um programa de diversidade e inclusão?
Antes de implementar um programa de diversidade e inclusão, reflita sobre alguns pontos:
- Diagnóstico de vieses inconscientes na cultura organizacional: faça pesquisas para identificar preconceitos implícitos e barreiras culturais que possam impactar negativamente as práticas de inclusão;
- Identificação de parceiros estratégicos para capacitação: busque consultorias especializadas com ONGs ou instituições que possam fornecer treinamento e suporte técnico para a implementação de ações inclusivas;
- Avaliação do impacto em diferentes áreas da empresa: analise como o programa afetará setores, liderança e equipes operacionais e identifique possíveis ajustes para a implementação.
Conclusão
Criar programas de diversidade e inclusão estruturados e alinhados à cultura organizacional promove um ambiente de trabalho mais produtivo e inovador, além de fortalecer a cultura organizacional inclusiva.
Neste aspecto, o papel do RH será liderar uma transformação positiva ao planejar e implementar iniciativas que impactam positivamente a gestão de diversidade e a inclusão social nas empresas.
Para continuar aprendendo sobre o assunto, baixe gratuitamente nosso Guia completo da Jornada do Colaborador
Perguntas frequentes
Confira as respostas para as principais perguntas sobre este tema.
Acompanhe indicadores como diversidade na contratação, retenção de talentos e engajamento em treinamentos, além de realizar pesquisas de clima organizacional.
Lidar com resistências culturais, superar vieses inconscientes e alinhar as ações de inclusão corporativa às estratégias da empresa.
Organizações como Microsoft, Natura e Magazine Luiza são reconhecidas por suas políticas inclusivas e práticas de diversidade no ambiente de trabalho.
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